Eu tambem apanhei... até que pouco... nunca com exagero... mas nao acho que isso seja caminho. pra falar a verdade, toda vez que apanhei a dor foi o de menos... já a raiva ou vergonha, nao foram embora tao rapido quanto o vermelhao da bofetada.
E se tem coisa que tenho certeza, é que nao quero que meu filho replique essa sensaçao.
Foi firmada finalmente uma lei que foi batizada de lei da palmada... como se fosse um tapa. Quem usa tapa como disciplina, nao usa so uma vez... e muitas vezes, a palmada vira surra... e a surra vira padrao em vez de exceçao...
E tem muita gente incomodada de lhe ter sido tirado o direito de "disciplinar" os proprios filhos
Pra mim a tal "lei da palmada" é tao ridicula ...quanto a lei da chibata, a lei maria da penha... ridicula pelo fato de terem a necessidade de existir.
Nao me sai da cabeça, meu avô... ja supervelhinho, com alzheimer... ficando com o olho marejado de chorar me dizendo que se arrependia da vez que me deu uma chinelada na bunda por conta de uma resposta maleducada ( registre-se, a unica vez que ele me bateu) e nao quero jamais ter esse mesmo peso pra mim.
Minha avó tambem, num arroubo de descarrego da propria tensao depois de ir me buscar num lugar "perigoso" que eu tinha ido sozinha sem avisar... confessa que nao devia ter apelado; e que me bateu mais pra descarregar a irritaçao dela do que pra me ensinar qq coisa.
Dos meus pais vieram os castigos fisicos e disciplinantes mais marcantes e... inuteis, justamente porque eram o metodo "educativo". Nao foi muito tambem, em parte porque eu nao era muito de aprontar, em parte porque eu ja nao ligava mais pros "castigos" e achava que a desobediencia valia a pena.
Ah ta, vou levar um tapa ou dois mas pelo menos fiz o que eu queria e ele nao ia deixar.. ponto
Ninguem conversava sobre motivos ou consequencias, era só "nao faça isso senao vai pro castigo", as vezes eu nem sabia o que tinha feito de errado... so ficava uma semana sem mesada ou videogame, ou 15 minutos sentada no canto olhando pra parede, ou tomava um tapao na mao, na bunda ou na cara dependendo da transgressao...
Nao é isso que quero... sinceramente nao acho que funcionou...
Acredito em conversar, explicar... sabendo que mesmo assim eles vao as vezes testar, provocar...
Acredito em deixa-los tentar, independentes a uma distancia segura
Acredito em ouvir seus motivos, em parar de enxergar so meus motivos e vontades
Acredito em mostrar onde erraram, mas nao dando bronca e sim ajudando a corrigir seus erros e se isso nao for possivel, ao menos evitar que se repitam
Em fazer com que confiem em mim e se importem com minha opiniao o suficiente pra me perguntar o que deve ser feito, pra dividirem comigo seus planos e sentimentos
E em nenhum desses cenarios cabe a agressao, o medo ou "respeito" que a educaçao da palmada pode ocasionar.
Por acaso vc bate no seu empregado porque derrubou uma caixa
Na sua esposa porque ela nao comeu tudo do prato
Num amigo porque falou um palavrao
????????????
Entao por quê, criatura????
Por quê defende educar batendo no seu filho. Em alguem fragil e em formacao que depende de voce pra se sentir feliz e amado, alguem que tem em voce o maior exemplo e que depende de voce pra estar saudavel e seguro???? Violencia é violencia, ignorancia... ainda mais contra a pessoa que se tem maior responsabilidade e (ao menos teoria) amor.
Palmada é intolerancia, ignorancia, preguiça, intransigencia... intoleravel!
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